quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Pequena #

Pequena, sua dor é poesia. Sei que muitas vezes você escreve para tentar esconder a dor que você guarda sob a sua pele, muitas vezes usa a xícara de café para tornar-te igualmente quente. Muitas vezes a vida quer um pouco de preto-e-branco, mas… não se desespera não pequena, as coisas são assim. E quando há enxurrada leva tudo mesmo. Leva os móveis, a sua poltrona preferida, leva os livros da estante, leva tudo, menos a tua vida. Isso você não pode deixar levar não. Chora, chora, pequena, porque assim você evita enxurrada muito maior. Gosto de te chamar assim: pequena. É isso que você é, pequena. Posso chamar-lhe de doce e frágil. Digo-lhe então doce e frágil menina, tu és forte. Mais do que pensa. Porque as pessoas não são como você. Não escute o que eles dizem, você é especial. Te acho linda. Você é tão linda… E talvez hoje, e amanhã os livros sejam a melhor saída, mas depois, minha querida, você descobre que a vida é boa, e que não importa o que digam, nada nem ninguém há de te derrubar. Veste o teu sorriso - que eu sempre achei tão provido de beleza - e saí por aí. Transforma-te em pássaro branco e vira a tua própria paz, pequena. Você sempre saiu de tantas outros holocaustos da vida que tudo isso é apenas mais um dos que virão, mas não se esqueça de tudo o que você é. Tu és eterna, pequena. Te faço eterna todos os dias, todos os segundos crio para ti auréolas que soem tão doces quanto as tuas lágrimas. Tu sina, querida, não é refugiar-se em livros em razão da vida atormentada em que vive. Tua sina é transformar todas as desilusões da vida em poema.

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