sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Estou ficando cada vez mais sozinho #


Ouvindo algumas músicas que ouvia antigamente uma estranha nostalgia, mesclada com uma melancólica saudade, se apossou de meus pensamentos. Por uns instantes, um feixe de lembranças inundaram meus olhos, e me desligaram do mundo. Lembrei-me as promessas que já fiz e que não fui capaz de cumprir. Lembrei-me das pessoas que passaram pela minha vida, que fizeram parte da minha história, mas hoje não sei mais onde estão. Lembrei-me das constantes noites alegres que atravessavam a semana rumo ao sábado, acompanhada de música l. Não temíamos as despedidas, tampouco as separações. Muitos dos meus amigos se foram, e não dão mais notícias, assim como algumas das garotas que me chamavam a atenção, e que hoje nem se lembram mais do meu nome. Cheguei uma triste e assustadora conclusão: estou ficando cada vez mais sozinho. Todas as pessoas que costumavam estar por perto estão se afastando, estão indo embora, estão tomando decisões que eu ainda não sou capaz de repetir. Não as culpo. Desejo-as tudo de bom, e que tudo dê certo para todos nós. Mas ainda não tenho condições de fazer o mesmo que eles. Não estou preparado para “tentar a vida” sozinho. Por mais que eu queira, algo não me permite tentar. Não sei ainda quanto tempo vou precisar para reunir coragem para sair da casa dos meus pais. Só de pensar nessa possibilidade, uma aflição inimaginável faz minha cabeça doer. Minha relação com meus pais nunca foi das melhores, mas não tenho nada a reclamar. Comparando-os aos pais de meus amigos, sinto-me privilegiado em muitos aspectos, embora, também, seja revoltante e vergonhosas outras de suas atitudes. Ainda não consigo imaginar futuro algum, mesmo com o término dos estudos se aproximando. Acostumei-me com a minha realidade. E é difícil aceitar qualquer mudança que seja. Sou uma vítima da rotina, e não estou pronto para abandonar a estabilidade da estagnação cotidiana. Assisto sempre aos mesmos filmes, vou as mesmos lugares com as mesmas pessoas, ouço as mesmas músicas, uso as mesmas roupas, mantenho as mesmas manias estranhas e não estou pronto para mudar isso. Não agora. Não abro mão de minhas futilidades diárias. Não estou preparado para novas realidades, novas amizades, novos amores nem novos ambientes. Uma nuvem de medo e insegurança cega minhas expectativas e derruba minhas esperanças. Não sei por quanto tempo essa insegurança vai existir, mas eu espero que ela se vá, logo.

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