quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Sem jugamentos #

Aí, de repente a força some. E você se vê sozinha, sem força, sem fé, sem vontade. É apenas você e o vício que te atormenta. Você tenta, tenta buscar forças aonde já não mais existe, mas continua ali, buscando força de alguma forma. Tenta se segurar pra que não cometa mais um corte, pra que não machuque mais quem você ama. Mas as coisas estão difíceis não é? É, estão sim, e só você sabe o que sente. Só você sabe qual é a sensação de ter que sorrir e fingir que está tudo bem quando não está nada bem, quando o que você mais queria era sumir por um tempo e se afogar nas lágrimas. Você se culpa por ter causado tudo isso na sua vida. Se culpa, por ter começado com essa tortura diária, com essa vontade que nunca passa. Você se julga fraca por ter começado com tudo isso, e fraca por não aguentar. Você passa dias sem se cortar e fica tão feliz por ter chegado até ali. E então algo acontece, algo besta, mas que te faz a vontade vir com toda a força do mundo! É ai que as suas forças, a sua fé, a sua vontade de se libertar desse vício vai embora, some. É ai, que você se vê sozinha. Você não tem vontade de falar com ninguém, não tem vontade de nada a não ser pegar a lâmina e se cortar. É ai que as coisas ficam ainda mais difíceis. Você não quer falar com ninguém, mas quer que alguém te salve, que insista em ficar do seu lado, que não te deixe sozinha de forma alguma. Mas é nessas horas que por incrível que pareça, não tem ninguém. Pode até existir alguém que se preocupe com você, que quer te ajudar e que não quer que você se corte nunca mais. Mas quando você mais precisar, essa pessoa não vai estar. Isso é porque você sempre vai dizer que está tudo bem, que não há nada de errado com você. Mas é a mais grave mentira que você poderia ter falado. Não é? É claro que é. Mas isso tem um porque. Você não quer preocupar as pessoas, não quer que as pessoas fiquem te julgando, pensando que você é uma louca, que precisa de tratamento, ou até ir para uma clínica. Isso, é uma proteção que você dá a si mesma. Porque você sabe o quanto dói ser julgada, ainda mais quando o que você mais precisa é de ajuda e não julgamento.

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